Conforme as canções iam tocando, me senti ouvindo confissões e registros do diário de uma adolescente que está crescendo e se tornando adulta, descobrindo os prazeres da vida, mesmo cheia de dúvidas, mistérios e questionamentos.
Parem pra pensar: o álbum começa com Madonna pedindo que seu pai a apóie na dura decisão de ter um filho do namorado, depois de receber críticas dos amigos e ver que sua vida nunca mais será a mesma. Tudo em “Papa Don’t Preach”.
Algumas demonstrações de amor chegam com “Open Your Heart” e “White Heat”, em estilos diferentes. Madonna ora é romântica e amorosa, ora, perigosa. Mas, no fim das contas, tudo gira em torno do amor mesmo.
Daí, vem um dos pontos mais misteriosos e intrigantes de toda a carreira dela. “Live To Tell” traz a confissão da existência de um segredo que mudou para sempre a mente e a vida da personagem principal. Algo pelo qual ela não escolheu passar, mas que não gostaria de manter escondido para sempre. Ela precisava respirar, abrir as asas e se livrar do fantasma do pecado, que a assombrava.
Para desanuviar e melhorar os ânimos, “Where’s The Party” vem pra festejar. Madonna se sente bem por já poder farrear com as amigas e, simplesmente, curtir o que a vida tem de bom, descompromissadamente.
Seguindo a linha “feliz”, “True Blue” mostra uma faceta de Madonna extremamente meiga e amável. Ela conta que já teve muitos namorados, mas declara seu amor verdadeiro por aquele que a faz feliz. A canção tem um lado pueril, inocente, doce... que afasta qualquer pensamento ruim e traz apenas, mais uma vez, o amor. Seus vocais melódicos são uma declaração ao amado.
Uma lembrança, um sonho, um devaneio... A viagem à “Ilha Bonita” eleva os pensamentos às alturas, saindo da realidade e indo em busca do prazer natural, num ambiente repleto de paz e tranquilidade. Pessoalmente, uma das minhas favoritas (e acredito que da Madonna também, visto todas as diferentes expressões criadas por ela para representar a canção em suas turnês.).
Para fechar o diário, mais odes ao amor, novamente em duas vertentes. Em uma delas, Madonna ama um tolo irresponsável chamado Jimmy, que não quer saber de seriedade e curte a vida adoidado; na última, Madonna grita a todos que o amor faz o mundo girar – é dele que devemos viver.
Assim que o CD termina, você sente que acabou chegar de uma jornada, uma aventura recheada de sentimentos – do mais puro ao mais obscuro – e que rendeu muitos frutos à sua autora. Mesmo com os seus 23 anos, “True Blue” é refrescante como um álbum recém-lançado. Como dizem os americanos, um “must have”, necessário na coleção de todo fã.
Matéria de Leonardo Magalhães
Matéria de Leonardo Magalhães
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